Qual a origem dos jogos de dados?
Os dados são uma das diversões mais antigas conhecidas na história da humanidade. Escavações apontam que os dados já eram utilizados no Oriente ainda na pré-história, provavelmente na Ásia. Existem indícios de que foram encontrados dados com mais de 2000 anos antes de Cristo na Índia.
Os dados mais próximos do formato atual teriam sido inventados na Grécia antiga por Palamedes, companheiro do herói Agamenon na guerra de Tróia. Porém, tudo indica que o jogo era difundido por todos os povos da antiguidade: egípcios, persas, assírios, babilônicos.
Famosos por serem exímios jogadores, os romanos adotaram os dados com um de seus passatempos prediletos, especialmente na era de luxo do Império Romano. Historiadores contam que Júlio César costumava jogar dados com os senadores, antes de derrubar o Senado e assumir o império.
Os jogos de dados tinham vários nomes e eram jogados segundo diferentes regras e sobre tabuleiros de configurações diversas. Mais que uma diversão, os romanos costumam jogar dados por dinheiro, deixando vários viciados, que chegavam a apostar seus bens e até a própria liberdade.
Com o passar do tempo o jogo foi se popularizando. Diz-se que o Rei Henrique VIII da Inglaterra era ávido jogador de dados. Em uma partida descontrolada, teria apostado e perdido os sinos da Catedral de São Paulo.
O jogo teria chegado à América no final do século XV, junto com o descobrimento. Uma forma simplificada do jogo era um dos poucos lazeres dos escravos, que apelidaram-no de Craps, hoje o mais popular jogo de dados nos Estados Unidos e presente em qualquer cassino.
Formatos
O formato mais popular é o dado cúbico, contendo seis lados numerados de 1 a 6 ou com símbolos, dependendo da finalidade. Porém, poucos sabem que os dados possuem outras variações de formato.
Além do cubo, existem o dado de duas faces (similar a uma moeda), o tetraedro (em formato piramidal com quatro faces triangulares), o octaedro (com oito triângulos), o decaedro (com dez lados), o dodecaedro (com doze pentágonos) e o icosaedro (com vinte triângulos).
Há também o dado de três faces, representado por um dado clássico de seis lados, mas com apenas três números, sendo cada um repetido duas vezes. Embora menos comum, existem também os dados de 50 e 100 lados.
Materiais
Os primeiros dados eram provavelmente feitos de pluma de animais, como tornozelo de garça, que tinham um formato próximo ao do tetraedro. Marfim, osso, madeira, metal, e pedra foram materiais bastante utilizados ao longo do tempo. Com o advento dos polímeros, hoje os plásticos tornaram-se quase unanimidade na fabricação dos dados.
Curiosidades
1 – Nos dados clássicos de seis lados, se fabricados da forma correta, a soma dos lados opostos resulta no número sete. Ou seja, se de um lado temos o número 1, automaticamente temos o 6 do outro lado. Isso ocorre também com o 2 casando com o 5, e o 3 com o 4. Isso se aplica também a qualquer outro dado, a soma de dois lados opostos sempre é igual ao número de faces mais um. Assim, um D20 somaria 21 nos lados opostos, um D12 somaria 13, e assim por diante.
2 – Apesar de o formato de dado mais conhecido ser o de seis faces com sequência numérica (ou pontos) de um a seis, existem algumas exceções bem conhecidas: colorido (cada face de uma cor para indicar o pião de um jogo de tabuleiro); animais; pôquer (com naipes e valores de cartas); letras; números e operações matemáticas; frações numéricas (utilizado na área educacional); algarismos romanos; palavras; imagens (ex.: kamasutra); especiais para RPG. Enfim, os dados são versáteis e adaptáveis à realidade de cada jogo.
3 – Os dados se popularizaram rapidamente na Ásia. Tanto que as marcas do popular jogo de dominó, que teve origem na China no século II antes de Cristo, evoluíram os pontos nas faces dos dados, utilizando duas de cada vez.